Meu pai, "seu" Toninho, como era conhecido, sempre ensinou a nós, seus filhos, desde pequenos, que desonestidade é coisa feia e ruim.
Não vale a pena ser desonesto. Uma hora a casa cai e quem assim age acaba com a cara no chão.
Meu pai não tinha estudo (mal tinha a terceira série primária), mas acontece que ele era, também, um cara sábio e em poucas palavras, citando às vezes ditados populares como, por exemplo, "um dia é da caça e outro do caçador" ou "quem com ferro fere com ferro será ferido" e muitos outros que, aparentemente, nada representam, mas tem um fundo de sabedoria.
"Seu" Toninho morou em Ipanema por mais de 20 anos e só saiu daqui porque teve que fazer um tratamento médico em BH e para lá se mudou, para a casa de um irmão meu.
Gostava de política e sempre comentava sobre as coisas que aconteciam por aqui e fora também. Sabia de tudo e, quando falava sobre candidatos, enumerava o lado bom e o ruim de cada um, por suas observações.
Meu pai era um cara muito querido por onde passava e tinha muitas amizades às quais correspondia com sinceridade, mas se descobria um "amigo da onça" colocava a pessoa de lado. Não deixava de tratar bem o tal "amigo" mas não era mais o mesmo com aquela pessoa. Não sabia fingir: se gostava, gostava; se não, não mentia.
Falando sobre seu lado político, se hoje estivesse entre nós, com certeza faria uma exceção no caso de todos nós, povo da cidade de Ipanema, esmagados em nossa vontade pela canalhice de um sistema que faz o que bem entende com o eleitor através seus candidatos (a maioria um bando de puxa-sacos, gente que muda de lado como troca de roupa), com promessas anteriores que não foram cumpridas e as de agora que, quem sabe, serão cumpridas.
É o sistema que permite a um candidato que lhe é favorável fazer o que quiser no período eleitoral e ao outro lado tudo é proibido, uma vez que o adversário demonstrava o poder de sair vencedor na disputa pelo cargo maior do município.
E isso não acontece só aqui em Ipanema. Em São Paulo o candidato que liderava as pesquisas de opinião, indicando que seria eleito no primeiro turno, o sistema o jogou para o terceiro, tirando-o da competição. E isso não só eu que digo. A imprensa séria e as redes sociais mostraram isso o tempo todo. E os que ficaram para a final dia 27, "jogam" em times idênticos, com algumas pequenas diferenças, mas voltados para o socialismo/comunismo.
Lá em Curitiba, tentaram tirar a jornalista Cristina Graeml da disputa pela prefeitura e fizeram de tudo para manter seu candidato (Pimentel) no poder. Ele é atualmente o vice prefeito do município.
Eles usam todo o tipo de recurso desonesto contra o adversário, sem economizar em destruição de reputação da pessoa e fazem de tudo para que haja corte de qualquer recurso financeiro para prejudicar.
Em São Paulo, Pablo Marçal, sem verba do fundo partidário, sem tempo na TV e com suas redes sociais bloqueadas pelo TSE, em um partido nanico e lutando contra uma máquina cheia de dinheiro, infelizmente na minha opinião, Marçal não sobreviveu e está fora do segundo turno.
A disputa ficou entre Boulos e Nunes e, se o cidadão paulistano escolher o pior dos dois, já se antevê a situação em que o município ficará em pouco tempo. Na certa as invasões de propriedades serão notícia todos os dias e aí vão reclamar de quem? Nessa hora o voto errado, votar em branco ou anular o voto é estar dando vantagem a quem menos merece.
Infelizmente temos uma imprensa sem qualificação, que se vendeu (e se vende) aos que se dizem poderosos e que são parte do sistema, uma imprensa porcaria que já mostrou como funcionam suas reportagens, sempre criando narrativas, falseando fatos e mentindo descaradamente, fazendo os menos informados caírem nas suas armadilhas.
Eu acho que seria excelente para São Paulo que o povo elegesse o menos pior (Nunes) e acabasse com a ideia de eleger quem menos deve (Boulos) para que se possa viver melhor e torcer para que faça um bom governo (que eu acho um tanto difícil) mas não se pode perder as esperanças de dias melhores para a maior e mais importante cidade do país
O eleitor está aprendendo a votar em alguns lugares, mas em outros (como o Rio de Janeiro) ainda estão "encabrestados" ou são burros mesmo pois elegeram o cara que mais prejuízos deu ao Estado. Aí a gente pergunta, quais os méritos que o povo viu no candidato?
Aqui no Brasil, os canalhas ainda acham que podem muito; mas não podem tudo. (Claudio Vianei)