Recebi esse texto e, como concordo com o autor, repasso para você que me segue. Os grifos no texto são meus. Veja...
*Janja da Silva* sempre se comportou com baixíssimos teores de educação antes, e principalmente depois, de mudar para o Palácio do Planalto com Lula.
Foi piorando e, agora, acaba de praticar em público o *ato mais cafajeste* que uma mulher de presidente foi capaz de cometer *na história da República*. Foi um episódio de *sarjeta*, mas quando se pensa um pouco, o problema vai muito além de Janja em si. Ela é isso mesmo que mostrou ser ao dizer *fuck you, Elon Musk* – uma figura sem-vergonha, sem caráter e sem noção que caiu de paraquedas na vida publica e não faz ideia do que significa *a noção básica de decência*. O problema *real*, para o público pagante, *é o marido*.
Lula tem o direito de conduzir a sua vida conjugal com Janja como melhor entende, ou como pode. Mas ele foi declarado presidente do Brasil pelo *TSE-STF*, e desde então todos os brasileiros estão condenados a conviver com as suas decisões – *e as suas decisões, flagrantemente, são resultado direto do que a mulher está querendo*. Lula não está lá para isso. Sua obrigação é governar o país e não andar por aí preocupado o tempo todo em saber *se Janja aprova ou não* o que ele faz – inclusive porque ela não tem a menor ideia do que seja *gerir um rocambole sem glúten*, ou qualquer outra coisa.
Já é ruim o suficiente que Lula ocupe o cargo de chefe da nação; não há a menor necessidade, portanto, de piorar as coisas deixando Janja, sua mulher, governar junto com ele, *ou em seu lugar*. A caricatura clássica do homem velho casado com a mulher mais nova, *o bocó de almanaque* que se exibe como *homem vigoroso* e vive com medo de contrariar a companheira, sempre é tema de muita piada e zoação no mundo dos seres comuns. *Problema dele*, costuma-se dizer. Mas no caso o problema não é de Lula. É do cidadão que paga a conta – uma conta em dobro quando se considera o prejuízo permanente causado pela *presidência paralela de Janja*.
A primeira-dama sempre achou que tem o direito de governar com o marido, *como se o Brasil fosse um bem privado do casal*, do qual ela teria *50%*. Jamais passou pela sua cabeça que casar com o presidente não lhe confere direito nenhum; não foi eleita, não passou em concurso público e seu currículo profissional *é um triplo zero*.
O problema é que o presidente da República concorda com ela – ou, se não concorda, *não tem coragem de dizer nada*. Na prática, Janja vai tomando decisões. Torra *R$ 35 milhões* de dinheiro público num *festival de música* que *não teve plateia*. Exibe-se como estrela de programa de auditório. Faz um *insulto rasteiro* a um personagem que tem a ver com os interesses do Brasil.
A chave de tudo isso é o medo que Lula deixou se espalhar em torno de Janja. *Todos os ministros* e demais gatos gordos do seu governo foram *proibidos pelo presidente* de fazer qualquer crítica à sua conduta ou de *discordar das suas decisões*. Num governo que reúne provavelmente a maior ajuntamento de *puxa-sacos*, covardes e bananas jamais montado neste país, é um aviso óbvio. *Não toque. Descarga elétrica dia e noite*. Fica todo mundo quieto, e *aí Janja manda Musk “se f.”*– na verdade faz o que lhe dá na telha. O máximo que os magnatas fazem é cochichar aos jornalistas, em segredo absoluto, que o xingatório causou *desconforto*. O serviço de propaganda do governo na imprensa repete o que ouve deles. *É uma licença formal para tudo continuar exatamente como está*.
(*Nota:* O autor, J.R.Guzzo, é jornalista. Começou sua carreira como repórter em 1961, na Última Hora de São Paulo, passou cinco anos depois para o Jornal da Tarde e foi um dos integrantes da equipe fundadora da revista Veja, em 1968. Foi correspondente em Paris e Nova York, cobriu a guerra do Vietnã e esteve na visita pioneira do presidente Richard Nixon à China, em 1972. Foi diretor de redação de Veja durante quinze anos)