quinta-feira, 30 de abril de 2020

Uma jogada de mestre de Bolsonaro?

Claudio Vianei
A internet, surgida há nem tanto tempo assim, tem nos mostrado a sua serventia (e a sua parte ruim, também) e nos mostra fatos que  há pouco tempo não tínhamos como saber de imediato.

Vejamos: hoje, quando acontece algo que de fato seja importante, a notícia corre muito rápido. As carapuças também são mostradas bem mais depressa do que os encarapuçados queiram. As máscaras caem muito rápido e mostram as caras de quem, às vezes, acreditávamos serem pessoas de respeito, idôneas, honestas...

No episódio em que quero me deter é o que está na mídia de um modo geral sobre a indicação de Ramagem para a pasta deixada por um apadrinhado de Sergio Moro, que, como disse acima, mostrou a sua cara, como de fato ela é. A máscara dele caiu, e de maneira ridícula, triste, indecente mesmo.
Alguém teria dito que Ramagem, por ser amigo de Bolsonaro, teria combinado com ele a sua indicação para a diretoria da PF, sabendo que o STF barraria sua indicação. Pode ser, eu acho. E não foi o que aconteceu?

Se foi uma jogada de Bolsonaro, foi uma de mestre, de estrategista pois, agora, não se concretizando a posse de Ramagem, o presidente terá que indicar outro nome. E será que vão barrar de novo?

Com isso Bolsonaro fez com que o STF ficasse exposto e mostrasse para o povo como é baixo, parcial e vil o STF. Alexandre Moraes, o ministro do STF que, de forma autocrática, barrou a posse do novo a diretor da PF, deve estar agora com cara de otário. Mostrou que não quer o bem do país e que está, também, passando por cima da Constituição pois, a meu ver, está ultrapassando os limites dos poderes da República.

Apesar da interferência desse senhor, mesmo que Ramagem não assuma a diretoria da PF, continuará à frente da ABIN, o que será mais uma vitória do presidente. Bolsonaro terá que indicar, em breve, um novo aliado seu para a diretoria da PF, e será que vão barrar mais um nome escolhido pelo presidente? Se fizerem isso vão ficar mais à mostra, ainda, as intenções desse grupelho de ministros, onde poucos tem a qualificação para estarem onde estão. Para eles a Constituição, a meu ver, não vale nada, não serve para nada, pois são "deuses"!

Eu já disse em outra postagem que Jair Messias Bolsonaro é um privilegiado pois, nunca antes, um presidente da República foi motivo de incomodação por parte da mídia e da política e, tanto a mídia (com raríssimas exceções) como a política, unidas, tentam, derrubar em parceria, unidas, um governo eleito com mais de 57 milhões de votos dos brasileiros que acreditaram em mudanças, com as formas mais medíocres e imundas, dia a dia, sem interrupção, tentam destruir a reputação de Bolsonaro. Mas, a cada bordoada que ele leva, a cada golpe que lhe disparam ele sempre tem uma surpresa para os que tentam derrubá-lo.

Na minha opinião o presidente não tem nada de burro, como muitos desinformados ou mesmo mal intencionados dizem. Se prestarem atenção, suas ações são sempre marcadas por algum tipo de derrota para seus adversários, quer da política, quer da imprensa (dita grande, mas de grandiosidade nada tem) e, para quem não tem noção, um cara que foi aluno da Academia Militar das Agulhas Negras, assim como os generais que compõem o governo com ele, não tem nada de burro.

A Advocacia-Geral da União anunciou que não recorreria da sentença de Alexandre de Moraes, que anulou nomeação de novo diretor da PF. Cargo está vago desde a última sexta.

Bolsonaro afirmou na quarta-feira, dia 29, aos que o  apoiam e a jornalistas, na porta do Palácio da Alvorada, que pretende recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e voltar a nomear Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal.

Mais cedo,  foi tornada sem efeito a nomeação de Ramagem e a Advocacia-Geral da União (AGU) havia divulgado nota oficial informando que não recorreria da decisão de Moraes. Com isso, a nomeação de Ramagem estaria derrubada em definitivo, e o governo teria que procurar um novo nome para o cargo.

O presidente foi enfático ao dizer: "Eu quero o Ramagem lá. É uma ingerência, né? Vamos fazer tudo para o Ramagem. Se não for, vai chegar a hora dele, e vamos colocar outra pessoa", declarou Bolsonaro.

Mas, ao que tudo indica, o presidente do STF, Dias Toffoli, recomendou ao núcleo jurídico do governo Bolsonaro que não afronte o ministro Alexandre de Moraes, mas que procurem alternativas mais brandas do Direito para prosseguir com a nomeação de Alexandre Ramagem, para amenizar a situação e Ramagem poder assumir a PF.

Agora é só aguardar para ver o que vai acontecer daqui para diante. Eu volto a falar disso.. (Claudio Vianei)


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